29 de setembro de 2008
GRAMÁTICA. Considerando que o semanário A Voz de Trás-os-Montes seria o jornal mais adequado para abordar a questão da via que liga Amarante a Bragança, porque é nesse jornal que mais se tem discutido o controverso IP4, resolvi enviar-lhes um texto de opinião com umas ideias sobre o assunto. Publicado o dito, constato, com surpresa, que o texto foi alvo de alterações, mais precisamente ao nível da pontuação, que me irritaram profundamente. É que qualquer pessoa medianamente letrada constatará, à légua, que as alterações introduzidas constituem autênticos atentados à gramática, e quem me lê sabe que me esforço por não a atropelar. De maneira que me resta aqui o estaminé para dizer aos leitores que o texto lá publicado como sendo de minha autoria não foi bem o que eu escrevi. Quanto ao benemérito que semeou umas vírgulas onde não devia e suprimiu outras onde não podia, recomendo-lhe que não tome à letra o conselho de Cardoso Pires. É que ele aconselhava a esquecer a gramática... mas só depois de se conhecer.
27 de setembro de 2008
O DEBATE. Terminado o debate presidencial de ontem, continuo indeciso. (Recordo, para os que não sabem, que sou cidadão americano, como tal eleitor nas Presidenciais americanas de Novembro.) Porém, devo dizer que McCain foi o mais convincente, e o mais consistente. Isto na economia e na política externa, dois dos três temas abordados neste primeiro debate (a segurança foi um tema aflorado muito pela rama). Surpreendentemente, Obama esteve demasiado hesitante, passando o debate a defender-se dos ataques do adversário — e a dizer que McCain tinha razão nisto, e tinha razão naquilo. Pelo contrário, McCain passou o debate a dizer que Obama estava errado nisto, que Obama estava errado naquilo, que Obama não percebia o que estava em causa quando estavam em causa questões fundamentais. Resumindo, McCain passou o debate ao ataque, Obama inteiramente à defesa. Mas repito o que disse no início: continuo indeciso, apesar de a balança se ter inclinado ligeiramente para McCain, e de Sarah Palin me convencer cada vez menos. Uma nota final: a fazer fé no que dizem, Obama terá ganho o debate — ou, no pior dos cenários, houve um empate. Não foi esse o debate que eu vi.
26 de setembro de 2008
DEBATES PARLAMENTARES. Ou a RTP escolheu as partes que beneficiam Sócrates e o seu Governo — o que, no caso, não acredito —, ou o primeiro-ministro chega e sobeja para a Oposição — toda a Oposição — nos debates parlamentares das quintas-feiras. Visto o resumo televisivo do que ontem se passou no Parlamento, constata-se, de novo, um enorme desnível entre a argumentação de Sócrates e a argumentação da Oposição. Não falo das qualidades tribunícias dos intervenientes no debate, mas da contundência dos argumentos por eles utilizada. Digo isto porque me parece uma evidência que importa realçar, não porque prefira assim ou assado.
24 de setembro de 2008
CAPITALISMO, OUTRA VEZ. Baptista-Bastos, cuja prosa admiro mas com quem estou quase sempre em desacordo, cita Saramago a pretexto da «crise do capitalismo»: «A vantagem do capitalismo é que nada promete, enquanto o socialismo promete quase tudo.» De facto, olhando bem a frase, constatam-se duas evidências: o capitalismo promete nada, e dá-nos alguma coisa; o socialismo promete tudo, e dá-nos coisa nenhuma.
FÁTIMA FELGUEIRAS. Tomem nota: Fátima Felgueiras, ilustre autarca da cidade com o mesmo nome, foi acusada de 23 crimes — cinco de participação económica em negócio, seis de corrupção passiva para acto ilícito, quatro de abuso de poder, três de prevaricação, dois de peculato, dois de peculato de uso sob a forma continuada, e um de peculato sob a forma continuada. (Ler o restante aqui.)
23 de setembro de 2008
22 de setembro de 2008
EMIGRANTES. Manuela Ferreira Leite acusou o PS de pretender distorcer o voto dos emigrantes nas legislativas ao substituir o voto por correspondência pelo voto presencial. Carlos Pereira, ex-presidente do Conselho das Comunidades(*), classificou a iniciativa socialista como «arcaica e retrógrada», considerando que ela só irá contribuir para o aumento da abstenção. A Comissão Nacional de Eleições diz que o fim do voto por correspondência não trará quaisquer efeitos benéficos. Do lado contrário, o PS garante que o voto presencial dará maiores garantias de fiabilidade, e que ele acabará com os «sindicatos de voto». José Lello, para quem o voto por correspondência tem «muitas imperfeições» e pode ser «potencialmente permeável à fraude», garante que o novo processo vai trazer «dignidade acrescida» ao acto eleitoral, e o líder parlamentar socialista jurou que o modelo agora introduzido pretende, apenas, defender «a transparência e rigor nos actos eleitorais». Aludindo à suspeita de irregularidades, Vasco Franco, também do PS, defendeu que o novo processo evita «chapeladas que subvertem a natureza pessoal e secreta» do voto, e o PS de Bordéus foi mais longe: «o voto presencial acaba com a vergonha que tem sido alguns membros de alguns partidos andarem a arrebanhar votos porta a porta e a preencherem os boletins de voto pelos outros eleitores». Pesados os argumentos de uns e de outros, concluir o quê? Tirando a circunstância de PS e PSD estarem realmente preocupados com a contabilidade (estão em jogo quatro deputados do círculo da emigração tradicionalmente conquistados pelo PSD), o que sobra daqui? Salvo melhor opinião, sobra que nenhum deles quer realmente saber dos emigrantes, que não foram ouvidos nem achados. Descontando meia dúzia de gatos-pingados, que reagiram consoante o emblema que têm na lapela e apenas a questões levantadas pelos media, ninguém quis saber dos emigrantes, muito menos do que eles pensam. Mas o mais perturbante é não se saber o que pensa o Conselho das Comunidades, se é que pensa alguma coisa sobre o assunto. Quererá o silêncio dizer que alguém o calou? Falo de borla, mas que é estranho o silêncio do Conselho das Comunidades, lá isso é. A não ser, como suspeito, que o Conselho esteja moribundo, apenas à espera que lhe façam o obituário. Quanto à mudança do voto por correspondência para o voto presencial, tenho mais dúvidas que certezas. Se o sistema anterior não era bom, duvido que o actual seja melhor. Aliás, foi uma discussão que ficou por fazer, muito por culpa do Conselho das Comunidades, pois duvido que alguém ficasse esclarecido acerca das vantagens ou desvantagens dos modelos antigo e actual com aquilo que foi dito.
(*) O Conselho das Comunidades é um órgão de consulta do Governo para as políticas relativas à emigração e às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo
(*) O Conselho das Comunidades é um órgão de consulta do Governo para as políticas relativas à emigração e às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo
19 de setembro de 2008
QUOTAS. Defendi, mal a questão se colocou, que a Lei da Paridade me parecia um disparate, por então considerar que se devia atrair os melhores para a política, sejam eles homens ou mulheres. Tenho para mim que se não há mais mulheres na política é porque as mulheres não estão, de um modo geral, interessadas na política, e julgo que não será difícil constatar a evidência. Pretender levá-las para a política de qualquer maneira, fazendo com que algumas acabem por lá ir parar porque vislumbram uma oportunidade de carreira, é um péssimo serviço ao país, até porque já há casos desses que sobejem. Veja-se o caso que se anuncia. Onde é que o PSD/Porto vai desencantar três mil mulheres que diz necessitar para cumprir as quotas definidas para as listas às eleições do próximo ano? Obviamente que vai recorrer a «soluções de recurso», como já disse um dirigente, até porque estão em causa 870 mil euros que o partido deixaria de embolsar caso não cumpra as quotas definidas.
18 de setembro de 2008
CASTELO BRANCO. Se, numa noite escura, cruzasse, num local deserto, com esta criatura, é provável que sofresse um ataque cardíaco. É que o sujeito, não sei bem porquê, causa-me medo, talvez pela capacidade que tem de descer ainda mais baixo quando se julgava impossível descer ainda mais baixo. Faziam bem as televisões em colocar uma câmara lá onde ele mora e transmitirem, em directo, o que se lá passa, em vez de o convidarem para aqueles programas medonhos. É que sempre lhes ficaria mais barato, e «motivos de interesse» certamente não faltariam. E a mim, confesso, fazia-me jeito, pois sempre me livraria dele enquanto a coisa durasse.
LER FAZ BEM À SAÚDE (24). A 'salvação' do capitalismo, por Pedro Lomba. Os homens que bramam contra os ianques de merda, por Pacheco Pereira.
17 de setembro de 2008
VOTO DOS EMIGRANTES. O PSD resolveu indignar-se com a proposta do PS que pretende acabar com o voto por correspondência dos emigrantes, e o PS defende que o voto presencial dos emigrantes será mais «dignificante» e «transparente». Tudo isto por razões contabilísticas, como é óbvio, não por questões de princípio. Os emigrantes, para eles, não passam de um mero pretexto.
16 de setembro de 2008
MENEZES, OUTRA VEZ. Se é verdade que «o Partido Socialista respira aliviado e agradece embevecido» sempre «que Menezes fala», como escreveu Paula Teixeira da Cruz no CM, a conclusão a que se chega é que o ex-presidente do PSD tem mais importância do que parece. Chamar-lhe «entertainer», como a sra. lhe chamou, parece-me, portanto, uma contradição, pois ninguém espera que Sócrates dê importância a um mero entertainer. Além disso, por que haveria Menezes de se calar? Acaso não foi ele alvo de críticas desde o dia em que foi eleito presidente do partido? Que é feito da teoria que diz que a crítica dentro dos partidos é saudável e um exercício democrático? Aplica-se — ou não — conforme os autores das críticas? Quem me lê sabe que não simpatizo com Menezes enquanto político, e também acho que foi desastroso como líder do PSD. Mas, que diabo, ainda acabo por lhe dar razão.
JUSTIÇA. A avaliar pela quantidade de vezes que a Justiça mete a pata na poça, quase se pode dizer que a dita não acerta uma. Isto nos casos mediáticos, como o de Pinto da Costa, a quem a Justiça vai ter que indemnizar por detenção ilegal. Imaginem, agora, os cidadãos anónimos que se vêem a contas com ela. Arrepia só de pensar.
15 de setembro de 2008
FESTIVAL DE BROOKLYN. É certo que todo o escritor é «um leitor que escreve», como dizia Vila-Matas, mas se considerarmos leitores apenas os que se limitam a ler, arriscaria dizer que o Festival Literário de Brooklyn contou com mais escritores que leitores. Cento e sessenta e tal escritores presentes foi o número divulgado pela organização, mas a mim pareceram-me mais. Fosse como fosse, foi pena que a temperatura elevada, aliada a um sol inclemente e a uma humidade à beira do insuportável, me obrigassem a ausentar-me antes das palestras de José Eduardo Agualusa e José Luís Peixoto.
MAGALHÃES. Atenção portugueses na Venezuela: preparem-se para o dia em que o presidente Chávez descobrir que o computador que «aguenta bombardeamentos» tem tanto de português como eu de venezuelano. Pior: preparem-se para quando ele descobrir que o Magalhães mais não é do que um produto americano disfarçado de português.
11 de setembro de 2008
TERRORISMO. Falando a propósito do 11 de Setembro, cuja efeméride hoje se assinala, o presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz declarou, em Fátima, que «o terrorismo leva à pobreza, e a pobreza leva ao terrorismo». Ora, a mim parece-me que a pouca eficácia no combate ao terrorismo se deve, precisamente, às ideias pré-concebidas como as do cardeal Martino, das quais a pobreza como origem de todos os males é, de longe, a mais popular — e a mais falaciosa. Recusar a realidade e insistir em teorias que os factos desmentem, não resolve coisa alguma — e acaba a legitimar o terrorismo.
GREEN, DISSE ELA. Nunca li Patrícia Reis, mas, que diabo, não merecia esta prosa ridícula. Para começar, a autora do texto chama Green a Greene, e as três vezes que repete a asneira confirmam que não é gralha. Depois, a prosa, de tão pretensiosa, chega a ser intragável.
9 de setembro de 2008
VOTO DOS PORTUGUESES CONTA. Contrariamente ao que possa parecer, os media estrangeiros podem influenciar os eleitores americanos muito mais do que se pensa — e, já agora, muito mais do que deviam. Vejamos: quantos eleitores americanos lerão o Guardian ou a Economist? Quantos eleitores americanos lerão o El País ou o El Mundo? Quantos eleitores luso-americanos lerão o Público ou verão a RTP Internacional? É preciso não perder de vista que estamos na era da comunicação global, e que muitos se informam — ou também se informam — pelos media estrangeiros. Claro que também achei ridícula a posição d’A Capital quando o defunto jornal resolveu apelar ao voto em John Kerry nas últimas Presidenciais americanas, mas o propósito era outro — e estou em crer que jamais lhes passou pela cabeça semelhante possibilidade. Como não terá ocorrido ao João Miranda quando, no DN, escreveu que «a opinião e o voto dos portugueses não conta». Pode contar pouco, mas conta.
LER FAZ BEM À SAÚDE (21). Será que o povo odeia Paulo Pedroso?, por João Miguel Tavares. Blog, por Francisco José Viegas. Viver da Escrita / Viver para a Escrita, por Jorge Reis-Sá.
8 de setembro de 2008
PORTAS. Evidentemente que não basta a Paulo Portas assumir o erro de ter mantido em segredo, durante um ano, a demissão do seu primeiro vice-presidente, fazendo de conta que nada sucedeu, até porque, descoberta a marosca, não lhe restava outra saída que não fosse pedir desculpa. A única forma de sair desta história com alguma dignidade seria demitir-se.
5 de setembro de 2008
EBOOK. Numa altura em que se fala cada vez mais de eBooks, nomeadamente de leitores de eBooks, recupero um post de Março do ano passado:
Se não estou em erro, já escrevi pelo menos duas vezes sobre o eBook (refiro-me à maquineta que permite ler livros ou outros textos em formato digital), mas apetece-me voltar ao tema. Contrariamente ao que sucedeu das outras vezes, agora para falar mal. Depois de ter elogiado o Rocket eBook e o RCA eBook, e aguardar durante meses o modelo da Sony (o Portable Reader), chegou a hora dos defeitos. Não que eu tenha mudado de opinião acerca do eBook, mas porque o tão aguardado modelo da Sony foi uma desilusão quase completa. Digo «quase completa» porque tem coisas boas, mesmo coisas muito boas, só que escassas. A primeira é a qualidade de imagem, que melhorou substancialmente. Graças a uma nova tecnologia, é possível, agora, ler sob luz intensa (do sol, por exemplo), coisa que não se podia nos anteriores modelos. A segunda é o design da maquineta (do tamanho de um livro de bolso com cento e poucas páginas, para simplificar a explicação). A terceira… bom, não há terceira. Já na parte má sobram exemplos. O primeiro de todos, e totalmente incompreensível, é a impressão de que os técnicos da Sony não olharam para os anteriores modelos e copiaram o que estava bem. Qualquer um desses modelos possibilita a leitura nocturna e possui ecrã táctil, características ausentes do modelo da Sony que fazem uma enorme diferença. Para quem não sabe do que falo, a luz interior possibilita a leitura às escuras (como nos ecrãs dos computadores), e o ecrã táctil permite operar a maquineta de forma mais intuitiva e com maior rapidez. Mas há mais defeitos: os botões que permitem «folhear» as páginas estão mal situados, obrigando o uso das duas mãos (o que não sucede nos modelos da Franklin e da RCA). Falta-lhe, também, um motor de busca capaz de pesquisar dentro de um texto, apesar de disponível no software que interage a maquineta com o computador. Há outras funcionalidades que não existem ou podiam ter sido melhoradas, mas estas são as essenciais e chegam e sobram para que se possa dizer que o Portable Reader é um modelo falhado. Falhado por causa das expectativas criadas, falhado porque os defeitos superam largamente as vantagens face aos modelos anteriores. Como leio no eBook praticamente desde o seu aparecimento, e porque cada vez encontro mais vantagens no eBook quando o comparo ao livro tradicional, acreditem que sou o primeiro a lamentar.
Acrescento que o Kindle, o concorrente da Amazon, não é melhor, e tem praticamente os mesmos defeitos do Portable Reader. Acrescento, ainda, que as maquinetas não servem, apenas, para ler livros, mas para ler outros documentos em formato digital, uma funcionalidade quase nunca referida mas fundamental.
Se não estou em erro, já escrevi pelo menos duas vezes sobre o eBook (refiro-me à maquineta que permite ler livros ou outros textos em formato digital), mas apetece-me voltar ao tema. Contrariamente ao que sucedeu das outras vezes, agora para falar mal. Depois de ter elogiado o Rocket eBook e o RCA eBook, e aguardar durante meses o modelo da Sony (o Portable Reader), chegou a hora dos defeitos. Não que eu tenha mudado de opinião acerca do eBook, mas porque o tão aguardado modelo da Sony foi uma desilusão quase completa. Digo «quase completa» porque tem coisas boas, mesmo coisas muito boas, só que escassas. A primeira é a qualidade de imagem, que melhorou substancialmente. Graças a uma nova tecnologia, é possível, agora, ler sob luz intensa (do sol, por exemplo), coisa que não se podia nos anteriores modelos. A segunda é o design da maquineta (do tamanho de um livro de bolso com cento e poucas páginas, para simplificar a explicação). A terceira… bom, não há terceira. Já na parte má sobram exemplos. O primeiro de todos, e totalmente incompreensível, é a impressão de que os técnicos da Sony não olharam para os anteriores modelos e copiaram o que estava bem. Qualquer um desses modelos possibilita a leitura nocturna e possui ecrã táctil, características ausentes do modelo da Sony que fazem uma enorme diferença. Para quem não sabe do que falo, a luz interior possibilita a leitura às escuras (como nos ecrãs dos computadores), e o ecrã táctil permite operar a maquineta de forma mais intuitiva e com maior rapidez. Mas há mais defeitos: os botões que permitem «folhear» as páginas estão mal situados, obrigando o uso das duas mãos (o que não sucede nos modelos da Franklin e da RCA). Falta-lhe, também, um motor de busca capaz de pesquisar dentro de um texto, apesar de disponível no software que interage a maquineta com o computador. Há outras funcionalidades que não existem ou podiam ter sido melhoradas, mas estas são as essenciais e chegam e sobram para que se possa dizer que o Portable Reader é um modelo falhado. Falhado por causa das expectativas criadas, falhado porque os defeitos superam largamente as vantagens face aos modelos anteriores. Como leio no eBook praticamente desde o seu aparecimento, e porque cada vez encontro mais vantagens no eBook quando o comparo ao livro tradicional, acreditem que sou o primeiro a lamentar.
Acrescento que o Kindle, o concorrente da Amazon, não é melhor, e tem praticamente os mesmos defeitos do Portable Reader. Acrescento, ainda, que as maquinetas não servem, apenas, para ler livros, mas para ler outros documentos em formato digital, uma funcionalidade quase nunca referida mas fundamental.
E AS CRIANÇAS, SENHOR? Se é verdade que Paulo Pedroso nada teve a ver com aquilo de que foi acusado, a Justiça teve, de facto, um comportamento miserável, e jamais o ressarcirá dos danos (políticos, profissionais, pessoais) que lhe causou atribuindo-lhe uma indemnização de 100 mil ou de 100 milhões. (Continua aqui.)
4 de setembro de 2008
TELEJORNAL. O Telejornal é, cada vez mais, um repositório do Jornal da Tarde, por sua vez um repositório do Telejornal do dia anterior, por sua vez um repositório do Jornal da Tarde do mesmo dia. Ainda hoje, por exemplo, informaram-me, pela terceira vez consecutiva (Telejornal de ontem, Jornal da Tarde e Telejornal de hoje), que o Manchester City se dispõe a pagar uma quantia astronómica pelo craque Ronaldo, e nem sequer se deram ao trabalho de reformular a peça de modo a parecer novidade.
2 de setembro de 2008
ANA GOMES. Custa-me a crer que os leitores (e eleitores) de Ana Gomes sejam tão desprovidos de inteligência como ela os julga. Parece-me, por isso, infeliz (e talvez contraproducente) recorrer à ordinarice para denegrir os adversários (ou os adversários dos nossos amigos), pois a ordinarice serve, apenas, para disfarçar a pobreza de argumentos, e classificar quem a usa. (Ver também A lasca do Meco, de João Gonçalves, e Se não é de esquerda tem de ser ‘babe’, por Carlos Abreu Amorim.)
SINDICALISMO. Quem me lê com alguma frequência saberá que não morro de amores por Manuel Monteiro. Não propriamente por ele, que nada tenho contra a sua pessoa, mas pela sua trajectória política. Mas, a ser verdade o que ele disse, será que este episódio não tem importância? É que ainda não vi qualquer reacção, e também não me consta que alguém desmentisse.
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