31 de outubro de 2003
Segundo o "Diário de Notícias", Ferro Rodrigues está em «silêncio de reflexão» e «nenhum cenário está fora de questão». A decisão formal sobre o líder do PS deverá ser conhecida na próxima Comissão Nacional, a 8 de Novembro, adianta o "DN". Compreende-se que Ferro Rodrigues se tenha deixado levar pela emoção aquando da prisão e libertação de Paulo Pedroso, e que, por essa razão, não tenha agido da melhor forma. Compreende-se também que, além da mesma militância política, Ferro Rodrigues seja amigo de Paulo Pedroso. Compreende-se ainda que o líder do PS não saiba agir doutro modo, que a emoção se sobreponha à razão, que seja essa a sua forma de estar na política. Mas nem por isso deixa de levantar uma questão pertinente: como reagiria Ferro Rodrigues primeiro-ministro caso fosse confrontado com uma situação semelhante? Perderia a cabeça como perdeu? Pois é, por muito compreensível que seja o comportamento de Ferro Rodrigues no processo Casa Pia, a questão é esta. Poder-lhe-á ficar muito bem como homem o comportamento no processo Casa Pia, mas já não se pode dizer o mesmo de um candidato a primeiro-ministro. Com certeza que nada disto significa que Ferro Rodrigues tenha os dias contados à frente do PS, como já se diz por aí, embora o «silêncio de reflexão» aponte nesse sentido. Durão Barroso está aí para demonstrar como um mau líder da oposição é capaz de chegar a primeiro-ministro. Só que Durão distinguiu-se por nada ter feito (pelo menos foi essa a imagem que ficou), enquanto Ferro Rodrigues se tem distinguido por cometer erros atrás de erros. Além de que a linguagem menos própria que parece usar com uma facilidade impressionante não abonar nada a seu favor.
Embora criticando o comportamento da direcção do PS, Vicente Jorge Silva não tem dúvidas de que há «uma sinistra campanha de manipulação política a partir do caso da Casa Pia, cujo objectivo claro e incontroverso foi (e é) manietar a liberdade de movimentos do principal partido de oposição». Infelizmente não acrescenta qualquer facto que comprove a ideia, como não têm acrescentado quaisquer factos todos quantos têm defendido a tese da conspiração.
30 de outubro de 2003
A dona bomba (que não tem "link" para o meu blogue) convenceu o sr. Pipi a publicar um livro. Vai daí fazem-se festas de lançamento do dito (para as quais eu não sou convidado), recolhem-se opiniões a saber se aquilo é literatura ou não (porque será que eu nunca sou ouvido?), qualquer dia há tese de doutoramento (juro que não será de minha autoria). Tudo isto com uma consequência imediata: o sr. Pipi passou a escrever no blogue apenas quando o rei faz anos. Ah, já me esquecia. A minha teoria sobre a identidade do sr. Pipi sofreu uma evolução. Agora estou convencido de que se trata do prof. César das Neves. Ou então é o dr. Rosas.
29 de outubro de 2003
O psiquiatra de Carlos Silvo não é psiquiatra. O treinador do Porto diz que «há muitos burros no futebol português». A doutora Amélia diz que me ama. Está tudo doido ou quê?
O espectáculo da nomeação do novo director do "Diário de Notícias" não augura nada de bom. Depois de ter aligeirado o conteúdo nos últimos tempos — uma aposta que me pareceu um erro colossal —, o "DN" está à beira de tornar-se o porta-voz do Governo. Pelo menos é essa a ideia que passa para a opinião pública após a nomeação de Fernando Lima, até há pouco assessor de imprensa no governo PSD. E nem o voto contra do Conselho de Redacção parece demover o Conselho de Administração da PT. Lamentável.
28 de outubro de 2003
Certamente com as melhores intenções, Catalina Pestana resolveu fazer uma intervenção perfeitamente escusada. Porque a intervenção só teve o condão de incendiar ainda mais o clima abrasador que se vive no processo Casa Pia, apesar das razões invocadas serem perfeitamente compreensíveis. Pior: foi uma pressão inadmissível sobre a justiça feita de forma consciente. Compreende-se que o adiamento estratégico do julgamento de Carlos Silvino — que estará na base da intervenção precipitada da provedora da Casa Pia — seja motivo de indignação. Mas Catalina Pestana não pode perder a cabeça desta maneira e começar para aí aos gritos. Porque isso será fragilizar a acusação, desproteger quem já está desprotegido.
«A esquerda europeia ainda não encontrou o seu caminho, após o fim da guerra fria e o descalabro do comunismo», diz Medeiros Ferreira na sua crónica de hoje. Nada que já não tenha sido dito e repetido, mas é sempre bom repeti-lo.
27 de outubro de 2003
Avisado por vários blogues, tentei ver o episódio entre Miguel Sousa Tavares e Manuela Moura Guedes. Só que o "link" na página da TVI não funciona. Será de propósito?
24 de outubro de 2003
Miguel Sousa Tavares decidiu arrasar o juiz Rui Teixeira, porque o juiz Rui Teixeira faz «show-off» e se passeia rodeado de seguranças. Manuel Villaverde Cabral decidiu arrasar toda a justiça, porque os magistrados envolvidos no processo Casa Pia «cederam sem pudor a um espírito justiceiro» e está farto de avisar que a justiça não funciona. Vicente Jorge Silva decidiu arrasar o procurador João Guerra, o juiz Rui Teixeira e o procurador Souto de Moura, porque os primeiros cometeram «um inadmissível e kafkiano erro de apreciação» e o terceiro tem tido um «comportamento errático e patético». Outros mais se pronunciaram contra os magistrados, e todos eles com a mesma finalidade: descredibilizar a acusação. Como escrevi numa crónica publicada na minha página pessoal, tudo caminha para que os culpados se transformem em inocentes e os inocentes em culpados.
Reconhecendo que nem sempre reagiu da melhor maneira aos desenvolvimentos do processo Casa Pia — o que só lhe fica bem —, o secretário-geral do PS nega ter sido ele (ou o PS) a querer politizar a justiça. Antes pelo contrário: ele é uma vítima do processo. Ora, se há alguém de quem Ferro se pode queixar, esse alguém é ele próprio. Porque ninguém duvida que Ferro Rodrigues está a colher o que semeou, e quem semeia ventos sujeita-se a colher tempestades.
23 de outubro de 2003
Não tenho qualquer simpatia por Manuel Maria Carrilho, e certamente que as últimas críticas do ex-ministro da Cultura a Ferro Rodrigues trazem água no bico. Mas não deixo de registar com agrado o facto de ver o deputado dizer que o PS «é inteiramente alheio» ao processo de pedofilia, que se misturaram desnecessariamente «relações pessoais e funções institucionais». É bom que, no PS, alguém dê mostras de algum bom senso, mesmo que seja um bom senso interesseiro.
Mais um ataque ao juiz Rui Teixeira, desta vez de Eduardo Prado Coelho. «Tratando um professor universitário e deputado por "o senhor Pedroso", o juiz Rui Teixeira não está a pôr todos no mesmo nível, mas a baixar o nível de Paulo Pedroso». Ficou a intenção, é claro, que o motivo é hilariante.
22 de outubro de 2003
Confesso que estou espantado com o clima de consenso generalizado à volta das declarações do Presidente da República sobre o processo Casa Pia. Serenidade? Seguramente que eu devo ter ouvido outro discurso. Telenovela? Eu acho demasiado grave para que se compare a uma telenovela. Violação do segredo de Justiça? Sim, com certeza. E o conteúdo do que foi divulgado, não é grave? Parece que há uma tentativa de varrer tudo para debaixo do tapete. Resta saber em nome de quê.
21 de outubro de 2003
O Presidente da República refutou a ideia de que tenha utilizado a função que desempenha para obstruir (ou influenciar) o trabalho da Justiça e defendeu que a violação do segredo de Justiça não pode ficar impune. Mais: para o PR, «não faz qualquer sentido que as prioridades e preocupações dos portugueses continuem a ser (...) uma qualquer novela judiciária». Tudo isto foi dito num tom pouco sereno, e num momento que não deixará de ser entendido como uma resposta às insinuações de que o PR terá tentado influenciar o processo Casa Pia. E levantou algumas questões. Por exemplo: uma novela judiciária? Será que o dr. Sampaio tem a exacta noção do que disse? Ou a ideia é mesmo reduzir os últimos desenvolvimentos do processo Casa Pia a um mero «fait divers»? Já quanto à violação do segredo de Justiça, parece-me que todos estamos de acordo. Só que não me lembro de ver o PR manifestar-se contra a violação do segredo de Justiça a propósito de outros processos e de outras pessoas, o que pressupõe que o critério varia de processo para processo, de pessoa para pessoa.
20 de outubro de 2003
A mais recente fuga de informação no processo Casa Pia deixou a ideia de que os mais altos dirigentes do PS tentaram obstruir o trabalho da Justiça. Se ninguém tem dúvidas de que a fuga de informação é grave — além de constituir uma violação do segredo de justiça —, o conteúdo dessa informação é gravíssimo.
Eu não acredito que o dr. Paulo Pedroso esteja inocente. Muito menos que esteja a ser vítima de maquinação, cabala ou erro judicial. Ainda ninguém conseguiu convencer-me de que o juiz Rui Teixeira errou quando decretou a prisão preventiva, mas já tenho dúvidas sobre quem pôs fim à prisão. Foi isto o que eu disse no meu último texto publicado na minha página pessoal.
17 de outubro de 2003
Vicente Jorge Silva escreveu, no "Diário Económico" de hoje, o seguinte: «Para tornar as coisas inteiramente claras, começo por uma confissão pessoal: como cidadão e deputado do PS, teria preferido que Paulo Pedroso não tivesse ido directamente da prisão para o Parlamento no dia em que foi libertado; teria preferido que Jorge Lacão não tivesse entrado em polémica com o procurador-geral da República à saída de uma reunião da comissão de Ética de que é presidente; e teria ainda preferido que a minha querida amiga Ana Gomes, enquanto membro da direcção do PS, não tivesse feito, da forma que o fez, declarações sobre as suspeitas de envolvimento de ministros do actual Governo na rede de pedofilia com base num artigo de uma revista francesa, "Le Point"». Não sei se isto é sincero ou não. Mas gostei de saber.
16 de outubro de 2003
As mais recentes movimentações das empresas portuguesas de comunicação social vieram dar pertinência às recentes declarações do dr. Jardim. «Ou deixamos a comunicação social ter um poder corporativo crescente que nos liquide, ou então temos o poder e a coragem de liquidar o poder corporativo da comunicação social», disse ele um dia destes. Um exagero bem à maneira do presidente da Madeira, é claro, além de a comunicação ser um dos ódios de estimação do dr. Jardim. Mas nem por isso deixa de ter alguma razão. Talvez demasiada razão.
15 de outubro de 2003
A excelente entrevista do "Público" a Paulo Pedroso, que contrastou com o estilo delicodoce da "Visão" (não li as restantes entrevistas), deixou à mostra o que toda a gente vê menos o deputado socialista: que este não devia sentar-se no Parlamento até o caso estar resolvido. Como assim não entendeu, prevê-se (mais) um mau bocado para Paulo Pedroso e, sobretudo, para o PS, embora o PS tudo tem feito para o merecer.
O episódio tira publicidade, põe publicidade na "Time", protagonizado pelo Governo a propósito de uma reportagem sobre a prostituição em Bragança — e que terá levado a direcção da revista a pedir desculpas —, ilustra exemplarmente o que toda a gente sabe mas finge desconhecer: não se pode falar mal de quem nos dá de comer.
14 de outubro de 2003
Ana Gomes insiste em saber se a Procuradoria-Geral da República está a investigar as denúncias feitas por uma revista francesa, que dão conta do envolvimento de dois ministros do actual governo em práticas pedófilas. Porque diz ter dúvidas de que a notícia em causa não seja verdadeira, embora saiba tratar-se de uma publicação cuja credibilidade é duvidosa e se estranhe que só agora, quatro meses após a publicação da notícia, levante a questão. Mas se tem dúvidas quanto aos ministros, já não as tem quanto ao caso Pedroso, que considera uma «urdidura» com vista a «descredibilizar a justiça» e assenta em acusações que «não têm ponta por onde se lhes pegue». E com base em quê todas estas «certezas»? Com base nos mesmíssimos pressupostos que a levam a suspeitar do conteúdo da notícia na revista francesa: suposições e nenhum argumento. Pior: a dra. Ana Gomes pretende fazer passar a ideia de que as acusações de que é alvo Paulo Pedroso têm o mesmíssimo peso que as acusações que são feitas pela revista francesa. Razão tem o líder parlamentar do PS, ao pedir aos socialistas «recato» e «silêncio». Porque, para embaraços, já basta. Além de que, com militantes assim, o PS não vai longe.
13 de outubro de 2003
Os critérios que presidem à nomeação dos árbitros para os jogos da Superliga são difusos, subjectivos e não são conhecidos de todos, acusou não sei quem. Não se tratando de uma novidade — pode-se mesmo dizer que são acusações que já têm barbas —, porque é que o problema persiste? A resposta é simples e só uma: porque os clubes grandes não estão — nunca estiveram e nunca estarão — interessados em clarificar o que quer que seja. Pela simples razão de que, apesar de passarem a vida a queixar-se, eles são os principais beneficiados com o actual estado de coisas.
Apesar de reconhecer que «não se pode mudar tudo de um minuto para o outro», Luís Filipe Vieira disse ao "Correio da Manhã" que «um mandato dá para resolver todos os problemas» do Benfica. Mais: dentro em breve, o Benfica vai ter «potencialidade» para «ser o maior clube do Mundo». É a campanha eleitoral em todo o seu esplendor. Ou a demagogia pura, se preferirem. Sempre que há eleições no Benfica (e não só no Benfica), lá vem a receita do sucesso e a poção mágica para todos os males. Passadas as eleições, terminadas as ilusões. Duas semanas bastam para se perceber o logro, cair na realidade. E a realidade do Benfica não promete ser risonha nos próximos tempos.
10 de outubro de 2003
Tenho dúvidas que Pacheco Pereira seja a pessoa mais isenta (e distanciada) para fazer uma análise dos média e dos jornalistas portugueses. Mas isso não invalida que eu esteja, no essencial, de acordo com a análise que fez no Abrupto.
Miguel Sousa Tavares não se cansa de criticar o juiz Rui Teixeira. Porque o deputado Paulo Pedroso está inocente, apesar de admitir que nada permite «concluir sobre a culpabilidade ou inocência». E com base em quê a presumível inocência? Infelizmente não disse, embora tenha deixado a ideia de que sabe mais do que diz.
9 de outubro de 2003
Quero crer que as recentes críticas do presidente Sampaio e a visita «amistosa» de Mota Amaral a Paulo Pedroso não tenham pesado na decisão que o Tribunal da Relação tomou em relação ao dirigente socialista. Além disso, é bom lembrar que a decisão do Tribunal da Relação se limitou a dizer que o dirigente socialista pode aguardar em liberdade a evolução do processo. Apenas isso. Não que Paulo Pedroso tenha deixado de ser suspeito, como chega a parecer ao ver-se tanta algazarra. Não, nada tenho contra Paulo Pedroso. Olhando bem para ele, até me parece um homem sério e incapaz de fazer aquilo de que é suspeito. Só que, até ver, não é o que pensa a Justiça.
Acabei de ouvir a entrevista de Carlos Queiroz à TSF e, confesso, fiquei irritado. Porque Margarida Marante passou o tempo a interromper, sobretudo onde não devia, não deixando que Queiroz completasse o raciocínio. Margarida Marante foi demasiado interventiva, às vezes até pareceu que era ela a entrevistada. Um pouco mais de serenidade vinha mesmo a calhar.
8 de outubro de 2003
Mesmo com alguma prudência e contenção face aos últimos desenvolvimentos do processo Casa Pia, arrisco um comentário a quente: não alinho nessa estória de que a libertação do deputado Paulo Pedroso é um sinal de que a Justiça funcionou, como ouvi dizer praticamente a toda a gente. Por uma razão simples: porque isso quer dizer que dantes não funcionou, e eu não tenho a certeza que dantes não funcionou. Mais: os que hoje cantam vitória da Justiça são os mesmos que ontem a puseram em causa.
7 de outubro de 2003
Tal como outros «moderados do islão», Abu Mazen é um dos «grandes derrotados pela política externa de Washington», diz Francisco Sarsfield Cabral na sua crónica de hoje. Eu ia jurar que o moderado Abu Mazen foi, antes de mais, vítima do sr. Arafat, mas parece que assim não é. Aliás, sempre que o chamado processo de paz mal corre mal a culpa nunca é dos dirigentes palestinianos: ou é dos judeus, ou é dos americanos, ou é dos dois juntos. Tenho para mim que o conflito israelo-palestiniano se arrasta há anos precisamente por causa de quem pensa que todas as culpas estão de um lado e nenhumas do outro.
Não, não vou comentar a onda de demissões que por aí vai. Não conheço os pormenores do caso, nem quero conhecer. Mas subscrevo as perguntas de Manuel Falcão: «porque é que o acesso aos cursos de Medicina em Portugal é o que é? Porque é que os hospitais portugueses têm cada vez mais médicos e enfermeiros estrangeiros? Porque é que somos aparentemente incapazes de formar profissionais da saúde em número suficiente para as necessidades do país?»
6 de outubro de 2003
Toda a gente já percebeu que a estória da Casa Pia está mal contada. Aliás, toda a estória da pedofilia à portuguesa está mal contada. Porque todos os dias vemos gente defender "A" ou atacar "B" a deixar a ideia de que sabe mais do que diz. Realmente custa a perceber porquê só agora — quando estão presas figuras públicas e dirigentes políticos — se descobre que a Justiça tem falhas graves. E ainda se percebe menos as críticas do presidente Sampaio e a «visita amistosa» de Mota Amaral a Paulo Pedroso. Catalina Pestana avisou que «vem aí um terramoto». Pois seja. Mas eu suspeito que não passará de um chuvisco.
Clara Ferreira Alves ficou indignada por Israel ter atacado um aparente campo de treinos da Jihad Islâmica em território sírio. Mas nem uma palavra sobre o ataque palestiniano a Israel, no dia anterior, que fez 19 mortos (entre eles várias crianças) e que terá provocado a resposta israelita. Mais um caso de relativismo moral.
O Abrupto é «um veículo de erudição petulante», diz Eduardo Cintra Torres. Francisco José Viegas cedeu à «pressão das televisões» ao convidar Margarida Rebelo Pinto, diz Eduardo Prado Coelho. Portugal é um país atrasado, diz António Barreto.
Parece que há uma nova modalidade de «spam». Ou melhor, parece que há um «spam» legal. Pelo menos é o que diz a parte final de uma mensagem que eu recebi e que reza assim: «ao abrigo da nova legislação sobre correio Electrónico (...), um e-mail não poderá ser considerado SPAM quando inclui uma forma de ser removido». Isto é mesmo verdade? Se é, quem é o responsável por uma coisa destas?
3 de outubro de 2003
Compreende-se a atitude de Vicente Jorge Silva face à questão Maria Elisa. Aliás, é a única que se compreende. Só que as razões invocadas por Vicente para se demarcar da posição do partido pelo qual foi eleito e o retrato que tem vindo a fazer sobre a saúde da democracia portuguesa, nomeadamente do Parlamento, justificam que vá mais longe. E ir mais longe significa uma de duas coisas: ou demonstra que é possível mudar-se o que acha tão grave, ou deve renunciar ao mandato.
2 de outubro de 2003
O amplo consenso à volta da atribuição do Nobel da Literatura a J. M. Coetzee cheira-me a esturro. Cá para mim, grande parte dos intelectuais portugueses que se multiplicaram em declarações aos media apenas leram umas coisas à pressa sobre Coetzee para... prestar depoimento aos media. Um poeta guineense e uma escritora são-tomense deram-se mesmo ao luxo de dizer que estavam muito satisfeitos com a atribuição do Nobel a Coetzee, e depois confessaram desconhecer o autor. Até ver, só a escritora Maria Teresa Horta discordou, mas discordou porque acha que devia ser uma mulher a premiada e não um homem. Mesmo que ninguém me tenha perguntado, eu respondo na mesma: não tenho qualquer opinião sobre o escritor sul-africano. Por uma razão simples: nunca li.
Ora aqui estão os resultados de um importantíssimo estudo que passou despercebido à imprensa portuguesa, pelo menos à imprensa portuguesa de referência.
1 de outubro de 2003
Subscrever:
Mensagens (Atom)